O ministro Ricardo Barros |
O Fórum
das ONG/Aids do Estado de São Paulo vem manifestar preocupação com a
individualidade e o sigilo dos pacientes de hepatite C, conforme a nova
metodologia anunciada pelo ministro da Saúde nesta manhã, durante a abertura da
Cúpula Mundial de Hepatites em São Paulo.
Segundo o
ministro, a partir de 2018 todas as pessoas com diagnóstico de hepatite C terão
o tratamento garantido. À indústria serão pagos somente os tratamentos com
evolução de cura, repetindo modelo adotado em Portugal e Austrália.
Preocupa-nos
que para sua concretização seja necessário o repasse de dados dos pacientes aos
fornecedores, ferindo aspectos éticos com a circulação de informações pessoais
e confidenciais das pessoas tratadas pelos Sistema Único de Saúde à iniciativa
privada.
Valorizamos
o acesso aos medicamentos e a oportunidade de cura a todas as pessoas
diagnosticadas. Entendemos, no entanto, que a privacidade do quadro de saúde é
patrimônio que deve ser preservado, principalmente diante do estigma e
discriminação que ainda existe em relação a pacientes e ex-pacientes de hepatite
C e coinfectados.
Apelamos
para uma análise mais criteriosa e menos invasiva, que leve em consideração
estes argumentos preservando a identidade e a individualidade das pessoas
afetadas, que já sofrem com as consequências da doença, sem acumular percalços
com a exposição de sua situação.
São Paulo,
01 de novembro de 2017.
Rodrigo
Pinheiro
Presidente
Presidente
Note of concern on the privacy of people with
Hep C
The State of São Paulo Forum on HIV/ AIDS
manifests its concern on the individuality and privacy of the HCV patients
regarding to the new methodology announced by the Minister of Health last
morning, during the opening ceremony of the World Hepatitis Summit 2017, in São
Paulo.
According to the Minister (photo), from 2018 on, all
HCV-positive will have access to treatment guaranteed and, only the
satisfactory treatment, that means the treatment evolution or the cure of
disease, will be paid to pharmacological industries, reproducing the standards
adopted by Portugal and Australia.
We are concerned that, in order to keep the
agreement, it might be necessary to disclosure the patients data to suppliers,
injuring SUS' (Brazilian Public Health System) ethical standards, whether it
means to agree on passing on personal and confidential information to the
private industry.
It is worth the opportunity of obtaining
medicine and access to treatment and cure for all diagnosed person, but we
realize instead, that the privacy on health databases cares the most and it is
also worth to be kept, first and foremost because not only does the stigma
against viral hepatitis persists but also prejudice against individuals cured
of hepatitis C and co-infected individuals remains.
We appeal for a better criteria and less
invasive analysis, considering the arguments, keeping the identity and
individuality of patients preserved, as they already suffer with the stigma
consequences, an analysis which avoids increasing their obstacles as a
consequence of discloseuring the disease.
São Paulo, November 1st, 2017.
Rodrigo Pinheiro
President
President
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