quarta-feira, 6 de junho de 2018

Foaesp aciona Ministério Público para facilitar acesso a tratamento


O Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo entrou com representação no Ministério Público Federal (MPF), para “abertura de um procedimento que busque facilitar o acesso aos medicamentos para o tratamento da Hepatite C”, ou seja, a transferência dos medicamentos do componente especializado para o estratégico.
O documento anexa à representação o pedido do Foaesp ao Ministério da Saúde, bem como a resposta da pasta. Leia a seguir a íntegra da representação ao MPF.


Ao Ministério Público Federal 
Procuradoria da República em São Paulo
Excelentíssimos(as),
O FÓRUM DE ONG/AIDS DO ESTADO DE SÃO PAULO, organização não governamental de luta contra Aids, CNPJ 02.736.953/0001-48, sediado na avenida São João, nº 324, sala 701, Centro, São Paulo/SP, CEP 01036-000, vem o devido respeito apresentar uma situação vigente no país referente ao tratamento da Hepatite C, e que necessita ser adequada.
A partir de 2014/2015 foram desenvolvidas novas tecnologias farmacêuticas para o tratamento da Hepatite C no mundo.
Esses novos tratamentos foram incorporados pelo Sistema Único de Saúde, e passaram a ser distribuídos a partir de outubro de 2015.
Cabe esclarecer, que essas novas medicações trouxeram mudanças bastante consideráveis nos resultados dos tratamentos, pois, se antes a perspectiva de Cura era de cerca de 40%, com o uso de medicamentos com vários efeitos colaterais, atualmente a possibilidade de Cura alcança quase 97% dos doentes, e com poucos efeitos colaterais.
Ocorre que a distribuição pelo SUS destes tratamentos, é realizada de forma individualizada, isto é, o médico que acompanha o doente nos estados, elabora um relatório com base no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas das Hepatites Virais, que é enviado para o Ministério da Saúde, sendo que o tratamento é enviado no nome do paciente que requereu o tratamento. Esse procedimento, esse trâmite pode levar em média de quatro a dez meses. Qualquer erro no preenchimento, o pedido é devolvido ao médico assistente, e o trâmite se reinicia.
Ocorre, que cidadãos brasileiros descobrem a doença em estágios avançados, e necessitam de tratamentos mais rápidos, não podendo aguardar o trâmite normal. Diante desta situação, os pacientes em situação mais grave, e que necessitam do tratamento buscam a justiça para acessar os tratamentos, e que podem ser a diferença entre a vida e a morte.
Diante disto, algumas instituições têm solicitado mudanças no formato do tratamento, ou seja, a transferência dos medicamentos para tratamento da Hepatite C do componente especializado para o componente estratégico. A distribuição dos medicamentos para o tratamento dos doentes de HIV/Aids é pelo componente estratégico, o que torna o acesso a medicação de forma mais ágil. (docs. anexos)
Recentemente, solicitamos tal mudança para o Ministério da Saúde, entretanto, não se vislumbra alteração no formato de distribuição. (doc. anexo)
Diante deste quadro, requeremos a abertura de um procedimento que busque facilitar o acesso aos medicamentos para o tratamento dos doentes de Hepatite C.
Cabe ressaltar, que o envio aos estados, de um estoque mínimo estratégico, para acesso rápido por àqueles doentes detectados em estágio mais avançada da doença, ajudaria enormemente durante o processo de mudança do componente especializado para o componente estratégico, assim como evitaria processos de judicialização para acesso à saúde. 
No aguardo de providências desde já agradecemos.
Atenciosamente,
Rodrigo de Sousa Pinheiro
Presidente do Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo
São Paulo, 17 de maio de 2018.


Começa vacinação contra hepatite A em HSH
Em dezembro, o Foaesp solicitou ao Ministério da Saúde a ampliação da vacinação contra a hepatite A para homens que fazem sexo com homens (HSH). Com a aproximação das atividades da Parada do Orgulho LGBT, as secretarias Estadual e Municipal de Saúde, em parceria com o Ministério da Saúde, começaram a vacinar a HSH, travestis, transexuais e profissionais do sexo na segunda-feira (28/05).
Segundo as autoridades de saúde, de junho a novembro de 2017 foram notificados 786 novos casos de hepatite A na capital paulista, com 88% dos registros entre o sexo masculino. Até o início de maio deste ano, foram notificados 301 novos casos, sendo 80% deles entre o sexo masculino.
CFT marca discussão da Portaria 3992/17
A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados marcou para o próximo dia 7 de junho a audiência pública para discutir a Portaria 3992/2017, do Ministério da Saúde, que extingue os blocos de financiamento do Sistema Único de Saúde. Foram convidados para a audiência a Secretaria do Tesouro Nacional, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a Comissão Intersetorial de Orçamento e Financiamento do Conselho Nacional de Saúde e a Articulação Nacional de Luta contra a Aids (ANAIDS).

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