Pinheiro, Caminada e Giacomini após a reunião |
Rodrigo Pinheiro informou sobre a
iniciativa do FOAESP agregar à atuação nas frentes parlamentares de
enfrentamento às DST/HIV/AIDS estadual e nacional também as frentes de combate
às hepatites virais, por meio do Projeto Uma demanda social pelo tratamento da hepatite C no Estado de São Paulo,
em execução pelo FOAESP e financiado pela Coalition Plus.
Para Caminada, o fato de os
programas de combate ao HIV/aids e às hepatites serem separados não é relevante
e a inserção do FOAESP no advocacy
das hepatites virais nas casas parlamentares representa um ganho “porque agrega
a expertise da luta contra a aids à causa das hepatites”. Segundo ela, duas
frentes de atuação podem andar juntas.
Por ser uma infecção sexualmente
transmissível (IST), a prevenção às IST e ao HIV/aids engloba as informações
sobre a prevenção da hepatite B. Além disso, a hepatite B é prevenida com a
vacina recentemente introduzida pelo Ministério da Saúde no calendário de
vacinação para toda a população – e não apenas para grupos prioritários.
Caminada informou que em julho, por
ocasião dos eventos alusivos ao Dia Mundial de combate às Hepatites, o PEHV-SP realizou
uma semana de intensificação junto aos municípios sobre disponibilização da
vacina da hepatite B para toda população. “Ha um grupo na faixa etária dos 20
anos que foi imunizado na infância, mas há um grupo etário em descoberto”. Há
“sobra” nas faixas etárias mais velhas que é preciso diminuir.
Em outros grupos importantes há
falhas na logística de vacinação que precisam ser eliminadas. Por exemplo, o
grupo que procura o serviço de DST, que idealmente deveria ter uma sala de
vacinas e não tem, que procura o teste de HIV nos centros de testagem e
aconselhamento (CTA) e deve receber a oferta da vacina, que é indicada. E o
esquema todo de vacinação (três doses) deve ser aplicado para a pessoa ser
imunizada.
“Vamos reforçar estas informações
às organizações filiadas nas reuniões do FOAESP”, afirmou Rodrigo Pinheiro.
O outro mundo da hepatite C
“Em relação à hepatite C é preciso
pensar na forma de atuação, porque é outro mundo”, sugeriu Caminada,
referindo-se ao afastamento histórico dos movimentos sociais de aids e de
hepatites.
Segundo Pinheiro, este afastamento
vem sendo superado. “O FOAESP foi convidado para o Encontro Regional Sudeste
das Hepatites para mostrar o trabalho que estamos desenvolvendo”, disse ele. “A
proposta é atuar conjuntamente, em parceria.”
“Queremos trabalhar o acesso ao
tratamento e à cura, bem como o desenvolvimento de uma vacina para a hepatite
C. Também, para a vacinação e para o tratamento e a cura – que ainda não existe
– para a hepatite B”, explicou o presidente do FOAESP.
“A gente não pode dizer que a
hepatite C é uma IST, porque ela não é, ainda que a transmissão do vírus C em
transmissão anal para quem tem HIV é quatro vezes maior do que para quem não
tem HIV. Essa é uma questão que tem de ser tratada nestes grupos de pessoas
vivendo com HIV. E essa é uma discussão que não se faz no CTA”, explicou
Caminada. “Não se faz uma discussão para o vírus C, que precisa de uma
visibilidade específica”, acrescentou.
Como encaminhamento, foi pactuada
a presença do PEHV-SP nas reuniões ordinárias mensais do FOAESP, inclusive com
convites aos infectologistas Simone Tenore e Paulo Abraão Ferreira, ambos do
CRT-Aids-SP e da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
O deputado Reategui e Pinheiro |
Advocacy Nacional
De 15 a 17 de agosto, na Câmara
dos Deputados, em Brasília, o FOAESP conversou com o deputado Marcos Reategui
(PSD-AP), colocando a organização à disposição para atuar junto à Frente
Parlamentar Mista de Enfrentamento às Hepatites Virais do Congresso Nacional. Entusiasmado
com a iniciativa, o deputado se comprometeu a marcar uma reunião da Frente em
breve.
Hepatites em audiência
A deputada Conceição Sampaio
(PP-AM), que propôs à Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara
dos Deputados a realização de audiência pública para discutir a questão das hepatites
virais no Brasil, demonstrou satisfação com tema posto numa pré-agenda na
Comissão. “A hepatite C tem sido um problema sério no Amazonas e no Brasil. Eu acho
importante essa discussão na Câmara”, justificou. A audiência está pré-agendada
para 31 de outubro na CSSF.
Discriminação na pauta
A deputada Erika Kokay e Rodrigo Pinheiro, no Congresso |
Por uma pauta
Em junho, a deputada Erika Kokay (PT-DF)
apresentou parecer à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)
da Câmara dos Deputados, pela “constitucionalidade, juridicidade e técnica
legislativa” do PL nº 3870/2015, que institui o Julho Amarelo. Relatora do PL
na comissão, a deputada se comprometeu agora a solicitar sua inclusão na pauta de
votação da CCJC.
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