O Ministério da Saúde estuda
ampliar a vacinação contra a Hepatite A para homens que fazem sexo com homens
(HSH). O Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais (DIAHV) está dialogando
com o Programa Nacional de Imunização (PNI) sobre a possibilidade de fornecer a
vacina para “grupos específicos”.
A informação é do próprio Ministério da Saúde, em resposta ao pleito do Fórum das ONG/Aids do Estado de São Paulo, que demandou da pasta a ampliação da vacinação em carta enviada em dezembro do ano passado. Na resposta, assinada pelo secretário substituto da Secretaria de Vigilância em Saúde, o Ministério informa que em 2017 ampliou a indicação da vacina da Hepatite A “para todas as crianças com até cinco anos incompletos”. Também relaciona os grupos em que a vacina é indicada para pessoas em qualquer faixa etária e salienta que “o DIAHV discute junto ao PNI a possibilidade de ampliar a recomendação dessa vacina para grupos populacionais específicos”.
O documento do Ministério da Saúde informa, ainda, que desde 2016 a vacina da Hepatite B “está disponível gratuitamente para indivíduos de qualquer idade (vacinação universal)” para toda a população.
Para eliminar as hepatites virais
Em julho, o Ministro da Saúde
Ricardo Barros afirmou que a partir deste ano todas as pessoas com Hepatite C
devem receber – independentemente do grau de lesão hepática – os medicamentos
que curam a doença. No último dia 12 de janeiro, o Comitê Técnico Assessor para
o controle das hepatites virais reuniu-se em Brasília para atualizar o
Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de Hepatite C.
O comitê também analisou a possibilidade de incluir dois novos medicamentos para o agravo. O documento final do comitê será apresentado em fevereiro à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). Se aprovado pela comissão, o PCDT será submetido à consulta pública para manifestação da sociedade civil.
Na reunião, a diretora do DIAHV, Adele Benzaken, apresentou o Plano de Eliminação das Hepatites Virais, bem como as estratégias preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estabelecem a redução de novas infecções em 90% e de redução de 65% da mortalidade.
Entre as estratégias estabelecidas estão a ampliação do diagnóstico e do tratamento, bem como a avaliação da situação epidemiológica e a sustentabilidade do programa que visa a eliminação das hepatites virais. Segundo o DIAHV, a Hepatite C afeta cerca de 700 mil pessoas no Brasil, representa a maioria dos óbitos por hepatites e a maior parte do número de transplante hepático no País.
O plano brasileiro de eliminação das hepatites segue as recomendações da OMS. “Essa iniciativa, tem como maior desafio a ampliação do diagnóstico e do tratamento para todos, bem como a melhoria da vigilância epidemiológica para alcançarmos a meta de eliminação”, afirmou a diretora do DIAHV.
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